terça-feira, 18 de março de 2008

lost

desilusão. uma palavra muito forte. demasiado até. vivemos com ela todos os dias, temos de aprender a lidar com este e redimir-nos ao que está previamente escrito para a nossa vida, para o nosso futuro. mas será que há essas "mãozinhas mágicas invisíveis" que nos guiam e determinam tudo o que fazemos muuito antes de nascermos? não creio. tudo depende de nós. felicidade, alegria mas, sobretudo, tristeza, saudade, desilusão. se calhar porque foi aquilo que construimos e (porquê negar?) aquilo que mereceríamos. custa muito e dói até, ver aquilo de que gostamos mais do que de nós próprios afastar-se. ir embora, partir, sem justificações, sem sentido. para nós em sentido, porque em plena consciência tranquila fizemos tudo aquilo que era possível. mas de que valeu? de nada ("and i'm sick and tired of getting nowhere"). partiu à mesma, voou sem consideração por aquilo que sacrificámos. nem um olhar para trás, nada. nem uma palavra ou um pensamento de respeito para connosco, nada. valeu a pena? "tudo vale a pena se a alma não é pequena".
é assim que me sinto. sem rodeios, é tudo isto: desgastada por ter dado tudo sem nada em troca nesta recta final, cansada de lutar pelo que realmente quero e sei que está certo. mas, pelo contrário, não há um "obrigada".
queria um "obrigado" com uma lágrima no canto do olho, de comoção e de saudade pelos tempos que já voaram, mesmo partindo. mesmo partindo, mas olhando para trás com orgulho e plenitude, pelo que fomos, pelo que éramos, pelo que poderemos vir a ser.
mas sou incapaz de apagar ou queimar todas as memórias que tenho guardadas na célebre caixinha debaixo da cama. um dia, se me sentir com extremo à-vontade para o fazer, fá-lo-ei. mas tudo ainda está demasiado fresco, demasiado superficial, supérfluo. está ainda tudo muito à flor da pele mas no interior do coração também. e vai continuar.
houve um pedido que me foi feito ao longo destes meses e que não sou capaz de quebrar: "quando o nosso mundo acabar, se tiver de ser, por favor, nunca o olhes como uma coisa qualquer". sinto-me perdida neste mundinho ("i'm not lost, i'm not lost, just undiscovered"), nestes sentimentos, sinto-me sozinha. mas, apesar de tudo, vou cumprir com o meu prometido.

mas... e a tua parte?

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