sábado, 29 de março de 2008

perfeição

6 meses. 6 meses que passaram a correr. 6 meses que ultrapassaram tudo. 6 meses melhores da minha vida. 6 meses chorosos, 6 meses sorridentes, 6 meses ansiosos, 6 meses contagiantes, 6 meses ofegantes, 6 meses inexplicáveis.
PERFEIÇÃO. Alguém alguma vez conseguiu definir? Não, mas creio que consigo lá chegar pertinho, bem pertinho, tangente. Perfeição é descrita por Harmonia, Efervescência, Imprevisão, Tentação, Omnipotência, Resplandecência. Diria ainda que ninguém imagina como é o carácter desta perfeição de que falo. É apaixonante. É impossível e ainda intensa. Tem um cheiro quente, exótico, viciante. Tacto forte, dominador, mas meigo ao mesmo tempo. Pensativa, incontornável, inacreditável. Impossível que uma palavra, ou até mais do que isso, consiga conter tudo isto, impossível que não emocione, impossível que não comova, impossível que não cative. Senti toda esta perfeição comigo durante 6 meses, e mantenho-a guardada juntinho ao coração. Inconcebível esquecer o quentinho, o aconchego, o conforto que traz com todos os passos leves que dá em cada momento, com o olhar comovido, profundo, penetrante.

terça-feira, 18 de março de 2008

lost

desilusão. uma palavra muito forte. demasiado até. vivemos com ela todos os dias, temos de aprender a lidar com este e redimir-nos ao que está previamente escrito para a nossa vida, para o nosso futuro. mas será que há essas "mãozinhas mágicas invisíveis" que nos guiam e determinam tudo o que fazemos muuito antes de nascermos? não creio. tudo depende de nós. felicidade, alegria mas, sobretudo, tristeza, saudade, desilusão. se calhar porque foi aquilo que construimos e (porquê negar?) aquilo que mereceríamos. custa muito e dói até, ver aquilo de que gostamos mais do que de nós próprios afastar-se. ir embora, partir, sem justificações, sem sentido. para nós em sentido, porque em plena consciência tranquila fizemos tudo aquilo que era possível. mas de que valeu? de nada ("and i'm sick and tired of getting nowhere"). partiu à mesma, voou sem consideração por aquilo que sacrificámos. nem um olhar para trás, nada. nem uma palavra ou um pensamento de respeito para connosco, nada. valeu a pena? "tudo vale a pena se a alma não é pequena".
é assim que me sinto. sem rodeios, é tudo isto: desgastada por ter dado tudo sem nada em troca nesta recta final, cansada de lutar pelo que realmente quero e sei que está certo. mas, pelo contrário, não há um "obrigada".
queria um "obrigado" com uma lágrima no canto do olho, de comoção e de saudade pelos tempos que já voaram, mesmo partindo. mesmo partindo, mas olhando para trás com orgulho e plenitude, pelo que fomos, pelo que éramos, pelo que poderemos vir a ser.
mas sou incapaz de apagar ou queimar todas as memórias que tenho guardadas na célebre caixinha debaixo da cama. um dia, se me sentir com extremo à-vontade para o fazer, fá-lo-ei. mas tudo ainda está demasiado fresco, demasiado superficial, supérfluo. está ainda tudo muito à flor da pele mas no interior do coração também. e vai continuar.
houve um pedido que me foi feito ao longo destes meses e que não sou capaz de quebrar: "quando o nosso mundo acabar, se tiver de ser, por favor, nunca o olhes como uma coisa qualquer". sinto-me perdida neste mundinho ("i'm not lost, i'm not lost, just undiscovered"), nestes sentimentos, sinto-me sozinha. mas, apesar de tudo, vou cumprir com o meu prometido.

mas... e a tua parte?

segunda-feira, 17 de março de 2008

medo

"Sempre a mesma coisa :'( triste pelas coisas mais pequeninas mas que reflectem tudo. em certos momentos, as palavras "não me deixes nunca" fazem sentido; no segundo a seguir já sou mais uma coisa como as outras que empatam. é nojento. Não estou cá só para quando se precisa. Queria ser parte do dia-a-dia e motivo de alegria. (é impressionante como escrever nos permite deitar as más energias todas para fora, para não as descarregarmos noutras pessoas. é uma terapia) Mas porque é que quando mais quero me desprezam? Já faço parte da segunda escolha?! Opá, custa, custa mais do que tudo. Principalmente por quem o comete. dá vontade de chorar, mas há sempre que dar o lado mais forte, seguir em frente de cabeça erguida quandmenos temos vontade?! A desmotivação toma conta de nós. E então?! às vezes a indiferença que depositam nos nossos ombros é colossal. O interesse material sobrepõe-se e, na maior parte das vezes, já não há volta a dar. E se, aí, quiser ser eu a desprezar? a não dar importância? a irritar-me? (todo este texto só faz sentido para isso não acontecer) e magoa, nos momentos em que mais queremos demonstrar algumas coisas, que nos dêem mais uma 'patada'. E aí questionamo-nos se todos os sacrifícios que fizemos nos preencheram e preencheram a outra pessoa. é verdade que muitas vezes não transparecemos o que verdadeiramente sentimos e isso é perdoável... pode ser que seja esse o caso. e a simpatia revelada para com outros menos nós leva-nos a acreditar que o problema é NOSSO. e não será? Apetece tanto desaparecer nesses momentos... fazer a nossa vida de sonho realizar-se sem estes contratempos ridículos. (a terapia resulta completamente, posso comprová-lo) Mas nestes casos, a solução mais fácil é fingir que nada se passa e sorrir com aquele riso típico que acaba por fazer de 'capa' dos nossos problemas. é isso que estou a fazer neste momento. a seguir em frente e a esquecer os erros dos outros. mas será que quando sou eu as pessoas fazem o mesmo? utilizam uma terapia para esquecer? para me encarar da mesma forma? e aí, aí sou eu que tenho medo de perder. e todas essas questões não viriam à minha cabeça se não fosse esse o motivo. o medo que me esqueçam. o medo que esqueçam lentamente."

sexta-feira, 14 de março de 2008

borboletas

6 meses que passaram num instante, corridinhos. 6 meses longos mas curtos, de "chorar por mais". 6 meses, aliás, mais até. 8 meses marcados de borboletas na barriga, magia, excitação, histeria, êxtase. mas sobretudo a vivência de cada dia como se fosse o último ("love me like you'll never see me again"), sem querer perder um único momento ("i don't wanna miss a thing"), como se pudéssemos até morrer com uma simples ausência de um olhar ou um sorriso mínimo ("baby, don't kill me tonight"). foram 6 meses intensos, é verdade, mas também 6 meses que se perderam num abrir e fechar de olhos, que correram como o vento. que se perderam numa magia maravilhosa e inexplicável, sem motivo aparente. restam umas meras memórias. fortes, seguras, confidentes e felizes :) dia 16 de agosto de 2007, dia 1 de setembro de 2007, dia 9 de janeiro de 2008, 14 de favereiro de 2008. dia 29 de fevereiro de 2008, o fim de uma quimera brutal, forte. mas que ninguém me tira, ninguem mesmo. ninguém que pode roubar o que se passou. o futuro ninguém sabe, desse ninguém esta certo. nao podemos prometer nada quanto ao futuro. mas e quanto ao presente? será que custa assim tanto dizer ao outro o quanto sentimos a sua falta e precisamos dele? será que só quando nos afastamos de algo é que só compreendemos a fala que nos faz? o que precisamos disso? será que apenas ai damos o devido valor? quando já tudo fugiu e está loonge, voou, como o vento? "é a fraqueza da espécie humana, como alguém diria". mas eu vou estar sempre aqui, sempre. lutando por mim, por ele, por nós.

as borboletas voaram. "mas tudo o que é verdadeiramente nosso, volta."